Boa tarde pessoal, para começar a
tarde com mais beleza e assim fazer seu dia ficar melhor eu trouxe uma pequena
homenagem a uma poetisa brasileira, isso mesmo, até agora poucos artistas
brasileiros estiveram presentes no blog e quando percebi isso (hoje de manhã)
resolvi trazer uma excelente representante da arte brasileira, uma poetisa que
deixa saudade até hoje por nos representar de uma maneira incrível, sem dever
nada para nenhum outro poeta do mundo (talvez para alguns, não sou tão hipócrita),
vale a pena conhecer um pouco mais sobre essa artista e quem sabe se tiver
algum poeta ai me lendo acabe por se inspirar em sua obra maravilhosa, conheçam
um pouco mais de Cecília Meireles.
Canção da tarde no campo
Caminho do campo verde
estrada depois de estrada.
Cerca de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.
Eu ando sozinha
no meio do vale.
Mas a tarde é minha.
Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!
Eu ando sozinha
por cima de pedras.
Mas a tarde é minha.
Os meus passos no caminho
são como os passos da lua;
vou chegando, vai fugindo,
minha alma é a sombra da tua.
Eu ando sozinha
por dentro de bosques.
Mas a fonte é minha.
De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto,
meu peito é puro deserto.
Subo monte, desço monte.
Eu ando sozinha
ao longo da noite.
Mas a estrela é minha.
BIOGRAFIA:
Filha de Carlos Alberto de
Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde
Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles
nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única
sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes
do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a
partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três
meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas
e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais,
mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte
que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.
(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por
ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade
de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.
(...) Minha infância de menina sozinha deu-me
duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim:
silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os
caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram
o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi
nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus
sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa
estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios
de um pano."
Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola
Estácio de Sá, ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de
Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e
louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de
Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do
antigo Distrito Federal.Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias,
"Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas",
em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.
Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem
três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última
artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.
Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma
apologia do Simbolismo.
Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o
professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
De 1930 a 1931, mantém no Diário
de Notícias uma página diária sobre problemas de educação.
Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir
o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão
Mourisco, no bairro de Botafogo.
Profere, em Lisboa e Coimbra - Portugal, conferências sobre Literatura
Brasileira.De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica
Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ).
Publica, em Lisboa - Portugal, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba",
com ilustrações de sua autoria.
Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.
A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de
Letras, ao seu livro Viagem,
em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade
de sua poesia.
Publica, em 1939/1940, em Lisboa - Portugal, em capítulos, "Olhinhos de
Gato" na revista "Ocidente".
Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas
(USA).Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio
de Janeiro (RJ).
Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como
produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).
Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo
país vizinho.
Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África,
fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e
Folclore, em cujos estudos se especializou.
Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.
Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de
Délhi.
Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de
Críticos de Arte, em 1962.
No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo
livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São
Paulo (SP), em 1963.
Fonte: releitura.com
E para finalizar duas autodescrições
que eu simplesmente amo de Cecilia, duas formas diferente de falar sobre si
mesmo, espero que vocês aproveitem todo o conteúdo dessa postagem para pensarem
e refletirem sobre vocês mesmo. Oque vocês esperam da vida? Oque vocês querem
deixar de seu para o mundo?
Vale muito apena um dia de nossas
vidas pararmos e pensar em quem nós somos e no que queremos, temos como
principal meta na vida, ou pelo menos temos que ter, o objetivo de nos
autoconhecermos e sabermos oque podemos fazer de melhor.
Retrato
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
"Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
BOA TARDE!